somos tão jovens.

Somos jovens. Estamos passando pela fase dos amores, das dores, dos sabores. Aprendendo a lidar com os problemas que a vida impõem, ultrapassamos e desobedecemos a lei. Fumamos, bebemos, usamos. Somos teimosos, insistimos. Somos inconscientes e despreocupados com o amanhã que nos espera. Sabemos sim distinguir o bem do mal, mas ao mesmo tempo não sabemos a que ponto podemos ser levados por estes. Enganamos nossos pais, voltamos para casa às 6 da manhã no dia seguinte, vagabundeamos pelas ruas cariocas e vivemos. Vivemos como em nenhuma outra fase de nossas vidas.

Sendo crianças, somos pequenos e imaturos demais. Ainda não sabemos o sentido das palavras e não reconhecemos gestos, somos ainda despreocupados com o futuro e nada nos amedronta. E ser adulto? Deve ser tão chato… Responsabilidades que nos rondeiam 25 horas por dia. Passamos a nos preocupar e nos responsabilizar não só por nós mesmos, mas também pelas nossas coisas e pelos outros. Queremos obter sucesso, largamos amores para subir na vida. Abrimos mão do mundo para sermos promovidos, lutamos para sermos sustentados. Idosos então, nem se fala. É a época da nostalgia. Sentimos falta do nosso passado e também de nosso futuro, que infelizmente reconhecemos que vai passar a não mais existir. A saudade nos domina por inteiro e só o que nos resta é uma cadeira de balanço e uma bola de lã para ser tricotada.

Ser jovem é ser novo. É ser aluno e professor da vida. Nós criamos nossas leis… E as desobedecemos também. Queremos ser e somos livres, e cada vez mais lutamos por essa liberdade. Todos os mais velhos e também mais novos desejam ter a nossa idade (de novo e finalmente), e às vezes nem se quer nos damos conta disso. A gente simplesmente faz e aproveita. E foda-se. “Ser jovem” não se descreve. Apenas se sente e se manifesta - com ou sem consciência - de uma forma inigualável.

- AWC.

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